NATO. Rasmussen vê ameaças aos aliados, mas não as identifica
NATO. Rasmussen vê ameaças aos aliados, mas não as identifica

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Moscovo serviu de cenário ao encontro entre Rasmussen e Lavrov
“A NATO vai decidir em Lisboa a criação de um sistema de defesa antimísseis territorial e essa decisão será acompanhada de um convite à Rússia, para cooperar connosco”, disse Rasmussen à imprensa, depois da reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov. De acordo com Lavrov, e na sequência da proposta do alto responsável da NATO, o presidente russo, Dmitri Medvedev disse que vai estudar a proposta. O presidente russo estará também na cimeira de Lisboa e deverá discutir o tema com os líderes dos países da NATO. “Nos últimos tempos, as relações entre a Rússia e a NATO tornaram-se mais produtivas, mais substanciais”, disse Medvedev, citado pelas agências de notícias russas.
Confrontado com questões relacionadas com a ordem de trabalhos do encontro de Lisboa, Rasmussen sublinhou que a atenção da Aliança Atlântica deve concentrar-se na resolução de problemas práticos, evitando a questão de uma possível adesão da Rússia à organização. A prioridade de Rasmussen é o sistema anti-míssil, porque, diz, “mais de 30 países têm tecnologia para lançar mísseis balísticos e alguns deles podem atingir território dos países aliados”.
A principal ameaça será o Irão, que tem desenvolvido mísseis de longo alcance, o que levanta uma questão diplomática no seio da NATO: os EUA e países europeus querem dar uma nova oportunidade a Teerão para suspender o enriquecimento de urânio e a Turquia, membro da NATO, não quer um sistema no seu território apontado ao Irão.
Cimeira Em Lisboa, em cima da mesa estarão a questão do desarmamento nuclear, um assunto que divide a França e a Alemanha, e ainda a questão da entrada da Rússia na organização. “Segundo o Tratado do Atlântico Norte, nomeadamente o artigo 10, a NATO pode convidar qualquer país europeu que queira garantir uma segurança euro-atlântica e seguir os princípios de base da NATO”, sublinhou Anders Fogh Rasmussen, acrescentando: “Claro que isso inclui a Rússia. Devemos olhar de forma realista e pragmática para essa questão”.
Sem novidades “A Geórgia pode esperar que reafirmemos uma vez mais o que foi decidido em 2008 na cimeira de Bucareste. Decidimos que a Geórgia se tornará membro da NATO se ela corresponder aos critérios indispensáveis para isso. Ou seja, iremos confirmar uma vez mais as decisões tomadas em Bucareste”, disse ontem Rasmussen em Moscovo, garantindo que a cimeira em Lisboa não trará novidades sobre a adesão da Geórgia. O caso é um dos pontos de discórdia entre a NATO e Rússia, recordou Anders Fogh Rasmussen, sublinhando que a organização internacional apoia a integridade territorial da Geórgia e não reconhece a independência da Ossétia do Sul e da Abcázia. Com Lusa.