Satisfação com suspensão do campo de treinos nas Lajes
demonstração da mais rasteira subserviência do governos regional e nacional à suserania dos EUA.
Já há muito se sabia do desinvestimento estratégico dos EUA nas Lajes.
Alternativas decentes de emprego e desenvolvimento para os Açores, precisam-se!
A primeira subscritora da petição contra o campo de treinos de aviões
militares norte-americanos nos Açores, Judite Jorge, manifestou-se
“satisfeita” com a suspensão do projecto decidida pelas autoridades de
Washington. “A ameaça que pendia sobre os Açores está afastada, mas
lamentamos a posição de governantes nacionais e regionais em todo este
processo, tanto mais que o projecto é abandonado pela parte
norte-americana”, frisou a jornalista e ex-deputada do PSD, em
declarações à Lusa. Judite Jorge criticou os políticos portugueses por
serem “os maiores entusiastas do projecto”, considerando “muito grave
que políticos e militares tenham conspirado para tentar implementar um
projecto que nem sequer tinha enquadramento legal ou jurídico porque,
à luz do actual Acordo das Lajes, o campo de treinos não podia ser
criado”. A ex-deputada acusou as autoridades políticas e militares
portuguesas de “ignorarem” este “grande pormenor”, preparando-se para
“fazer avançar o projecto a toda a velocidade”, considerando-os
“incapazes de defender os interesses nacionais e regionais”. Para a
Base das Lajes, Judite Jorge preconiza “uma reconversão para as áreas
da tecnologia, da ciência, do saber e do conhecimento”, questionando
porque “não se cria um pólo do MIT na Terceira”. A posição de Judite
Jorge surge depois de ser conhecida a decisão dos EUA de desistirem da
implementação do campo de treinos para os novos aviões militares F-22
e F-35 nos Açores devido a “restrições orçamentais e reduções na
estrutura das forças americanas na Europa (USAFE)”. • lusa 24/8/2010