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Afeganistão : Os Britânicos empreendem a estratégia do “abrir os cordões à bolsa”

19/11/2009
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Afeganistão : Os Britânicos empreendem a estratégia do “abrir os cordões à bolsa”

LE MONDE | 18.11.09 | 08h18
Londres, correspondente

Agora que o conflito se agudiza no Afeganistão e o ano 2009 se revela particularmente assassino para os soldados de sua Majestade, o exército britânico decide aí se instalar doutra forma. Segundo o  Times de terça-feira, 17 de Novembro, os responsáveis militares  planeiam doravante ” comprar ”  afegãos que, caso contrário, poderiam ser tentados a  trabalhar  para os talibans.

“As  melhores armas para enfrentar o inimigo não são os tiros. Por outras palavras é necessário “abrir os cordões à bolsa” para mudar a  dinâmica da segurança”, declarou,  na segunda-feira, o general Paul Newton , enquanto  apresentava o novo manual de instruções militares. O anterior tinha sido concebido há oito anos e tinha sido bastante  inspirado nas experiências  do Reino Unido na Irlanda do Norte e nos  Balcãs.

O novo manual sublinha que “os homenss afegãos em idade de combater que estejam desempregados ou que trabalhem a tempo parcial são o principal viveiro de soldados para os talibans“, que lhes pagam 10 dólares. É a esses que o exército britânico, que perdeu já 234 soldados desde o começo da guerra no Afeganistão, deseja “conquistar” para o seu campo.

“FINANCIAR  PROJECTOS”

“De modo nenhum se trata de comprar talibans”, comentou o Ministério da Defesa, na terça-feira, mas  de ” financiar projectos de reconstrução e de desenvolvimento, por exemplo, que se concretizem rapidamente” e que permitam “ganhar  a confiança das  populações locais”, precisou um porta-voz.

“Bem gasto, numa perspective de estratégia a longo prazo, o dinheiro é o meio mais eficiente de retirar o apoio das  populações e permitir aos militares economizar no recurso à força” pode-se ler na nova doutrina . Mas “é necessário ter em atenção não se ser demasiado generoso para não se desiquilibrar a economia local”.

No passado, este tipo de experiência  não se mostrou muito conclusiva. O Times lembra que Londres deu 16 milhão de libras aos aldeões afegãos de forma que eles parassem com  a cultura da papoila, uma fonte  de rendas para os talibans. Sem grande efeito.

“O  comando britânico, durante as recentes operações, não tem possibilidade de ter acesso,rapidamente, ao mesmo montante de financiamento que o seu homólogo americano”, prossegue o manual.

“Sabe-se que durante 2006, vários generais pensaram que em vez de se ter ido combater, melhor teria sido comprar os  residentes”, comenta no diário  britânico Adam Holloway, um velho oficial do exército, hoje deputado conservador de Gravesham (Kent). “Entretanto já é muito tarde, afirma ele, é como fechar a  porta  do estábulo depois dos cavalos fugirem”.

Virginie Malingre

EC

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  1. 19/11/2009 7:22

    Compreendo que estejam desesperados, compreendo que seja apenas mais uma ideia mirabolante para se auto-convencerem de que um povo, espezinhado, humilhado, se sentiria feliz por ser «comprado» assim… estúpidos e racistas, estes militares da NATO!
    MB

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